Fatores de risco – Metabolismo fosfocálcico
Com a redução precoce da síntese renal da 1,25 OH VitD (calcitriol), criam-se as condições para o aumento gradual da produção e libertação de PTH (hormona paratiroide), uma elevação da fosforemia acima dos valores de referência de 3,5 a 5 mg/dl e uma baixa da calcemia para valores inferiores a 8,5 mg/dl. Na DRC pré-hemodiálise, a intervenção terapêutica inicia-se em geral tentando controlar a absorção intestinal de fósforo, que vai agravar a produção e libertação de PTH. Usamos captadores de fósforo, o mais usado nesta fase continua a ser o carbonato de cálcio, que administramos sempre no meio das refeições mais ricas em fósforo, na dose necessária para manter o valor da fosforemia inferior a 5,5 mg/dl, em doses não superiores a 3 g/dia de CO3Ca. Outros captadores de fósforo, como o carbonato de sevalamer, ou o lantânio, devem ser reservados à prescrição nefrológica. Uma vez controlado o fósforo, se a PTH estiver elevada e/ou a calcemia baixa, podemos dar metabolitos da vitamina D, o calcitriol um comprimido de 0,25 ug/dia ao deitar (fora das refeições) ou o paracalcitol 1 a 2 Hg/dia, vigiando os parâmetros do metabolismo mineral, pois a calcemia e a fosforemia vão elevar-se e não devemos permitir que o produto das suas concentrações seja superior a 55. Se a PTH baixar para os valores de referência, devemos interromper a vitamina D.
A PTH deve ser medida periodicamente nos doentes em estádios DRC 4 e 5, sendo os valores alvo nestes grupos, 70 a 110 pg/ml e 150 a 300 pg/ml, respetivamente.
Corrigir a hiperfosfatemia e a hipocalcemia da DRC ajuda a controlar a PTH. No estádio DRC 4, se a PTH estiver elevada, medir a 25-OH VitD, se <30 ng/ml, administrar o ergocalciferol ou um metabolito da vitamina D.