Pressão positiva contínua nas vias aéreas
É utilizada na prática clínica como uma forma de aumentar a capacidade residual funcional do doente, aumentando o volume pulmonar no fim da expiração. Previne deste modo o colapso alveolar e aumenta a oxigenação.
Embora não constituindo estritamente uma modalidade ventilatória, a CPAP é uma técnica útil no tratamento da insuficiência respiratória, permitindo ventilação espontânea com uma pressão basal elevada. O esforço inspiratório do doente é iniciado a esta pressão basal e a pressão retorna a este valor no fim da expiração. O controlo da frequência e do volume corrente são efetuados pelo doente.
O CPAP pode ser aplicado através do circuito do ventilador, através de circuitos de débito livre com reservatório de alta compliance ou através de aparelhos portáteis especialmente concebidos.
E essencial o doente ter um estímulo respiratório e um volume corrente adequados, pois não são aplicados quaisquer ciclos mandatórios ou outras formas de assistência respiratória.
As suas principais indicações em Medicina Intensiva são:
—> Ventilação adequada mas oxigenação insuficiente, devido a patologias que diminuam a capacidade residual funcional, como atelectasias ou retenção de secreções.
—> Ventilação adequada mas incapacidade de manter a via aérea devido a edema ou obstrução.
—> Como meio de manter a estabilidade alveolar e aumentar a capacidade residual funcional durante o desmame.
Para além destas indicações, o seu uso tem sido também advogado na síndrome da apneia obstrutiva do sono (em que é um dos meios de tratamento mais eficazes disponíveis) e no edema pulmonar cardiogénico.
A sua aplicação inicia-se geralmente por um valor baixo (4 a 5 cmH20), sendo progressivamente aumentado de acordo com a tolerância clínica e os valores da gasimetria.
Geralmente torna-se necessária a utilização de pressões entre os 5 e os 15 cmH2O. Estas são habitualmente bem toleradas exceto se o doente apresenta hipovolemia ou disfunção cardíaca significativa.
É fundamental uma boa monitorização, pretendendo-se:
Frequência respiratória <25 ciclos/minuto.
_> Volume corrente expirado: entre 5 e 8 ml/kg.
_> Conforto do doente.
A sua retirada deve ser feita com as mesmas precauções que a sua colocação, devendo as alterações ser feitas gradualmente e sob monitorização cuidadosa.